PEDAGOGIAS

Interações rítmicas funcionais ou posicionais

Uma abordagem funcional ou posicional para a percepção de ritmo estabelece como conceitos essenciais a pulsação e as posições dos ataques dos sons no tempo.

Por esta ótica, o sabor rítmico de cada som é primariamente definido, não pelas durações de tempo (mais longas ou curtas), mas sim pelas posições dos ataques em relação à pulsação.

Uma analogia com o espaço tonal pode deixar mais clara esta ideia. Os conceitos de tempo e contratempo são exemplos de atributos de eventos sonoros que se iniciam na cabeça do tempo e no espaço intermediário entre dois tempos, respectivamente, independentemente de suas durações, andamento, unidade de tempo na partitura, etc.

De maneira análoga, tônica e dominante são utilizados para designar as funções tonais desempenhados pelo 1º e 5º graus de uma escala, a despeito das tonalidades em que se encontram. E assim, a análise funcional do ritmo métrico se dá de maneira similar à análise harmônica funcional (IIm-V7-I7M, etc.).

Os estudos cognitivos mais recentes sobre a percepção temporal apontam na direção desta abordagem e tendem a repercutir, na análise de obras complexas ou no ensino dos mais elementares conceitos musicais, como se vê no exercício proposto abaixo.

Chrome Music Lab

Você experimentará neste módulo do Chrome Music Lab uma maneira lúdica de interagir com o tempo musical que reflete esta abordagem. Por trás da aparente simplicidade, o módulo Ritmo, no Chrome Music Lab/Google, promove uma interação musical pedagogicamente refinada, por se basear na intuição rítmica, materializando as posições no tempo (no caso, tempos e contratempos), e não as durações proporcionais dos valores representadas na partitura convencional.

Esta forma de representação visual do conteúdo rítmico, aliás, já aparecia de maneira similar nos primeiros sequenciadores rítmicos, de bateria, as influentes “drum machines”, como se pode ver neste breve documentário.

Dica: Veja outros experimentos similares no Chrome Music Lab.